Como lidar com o aumento do IOF para quem está com viagem marcada ao exterior

por: Carlos Castro, CFP® em 17/06/2025

Finanças Pessoais


Desde 23 de maio de 2025, o governo elevou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para 3,5% em todas as operações de câmbio destinadas ao exterior. Isso inclui compras com cartões de crédito e débito, cartões pré-pagos internacionais, remessas para contas bancárias fora do país e outras formas de envio de dinheiro para fins turísticos.

Se você tem uma viagem marcada ou está no processo de planejamento, ainda é possível tomar decisões que minimizem o impacto no seu bolso. A seguir, explico o que mudou e o que você pode fazer agora para se preparar.


O que muda com a nova regra


Antes da alteração, o IOF variava conforme o tipo de transação:

  • Cartão de crédito internacional: 3,38%.
  • Cartão de débito e pré-pago: 1,1%.
  • Remessas para terceiros (ex: familiares): 0,38%.
  • Transferências para conta própria no exterior: 1,1%.

Com a nova regra, todas essas operações passaram a ter uma alíquota unificada de 3,5%. Isso inclui o cartão de crédito, que antes estava em processo de redução gradual da alíquota até 2028 — política que agora foi revertida.

Como o IOF é calculado


O IOF incide sobre o valor convertido para reais da operação.


Por exemplo:

  • Se você fizer uma compra de 1.000 dólares e o câmbio estiver em R$ 5, o valor total em reais será de R$ 5.000.
  • Com a alíquota anterior de 1,1%, o IOF seria R$ 55.
  • Com a nova alíquota de 3,5%, o imposto passa para R$ 175.

Essa diferença impacta significativamente o orçamento, sobretudo em viagens longas ou com despesas mais altas.

  • Como reduzir os impactos do novo IOF
  • Com a nova alíquota já em vigor, o segredo está em fazer escolhas financeiras mais inteligentes. Veja abaixo algumas estratégias:

1. Pesquise cartões com cashback sobre IOF

Alguns cartões internacionais oferecem restituição parcial ou total do IOF em forma de cashback. Essa é uma forma legítima de recuperar parte do imposto pago — e pode representar uma economia relevante.


2. Compare spreads bancários


O IOF é fixo, mas o câmbio varia entre instituições. Bancos, fintechs e casas de câmbio aplicam diferentes spreads ou taxas sobre a cotação comercial. Pesquisar e comparar esses valores pode fazer grande diferença no valor final pago.


3. Faça câmbio médio: troque aos poucos

A volatilidade cambial é real. Por isso, uma boa estratégia é comprar moeda estrangeira aos poucos, ao longo das semanas que antecedem a viagem. Isso permite formar um câmbio médio, diluindo o risco de comprar em um momento de alta.


4. Considere levar dinheiro em espécie

Levar parte da quantia em espécie pode ser vantajoso. Casas de câmbio costumam oferecer boas condições, especialmente para pagamentos em dinheiro e compras fracionadas.

Atenção: valores acima de R$ 10 mil devem ser declarados à Receita Federal. Além disso, leve sempre em consideração a segurança no transporte.


5. Antecipe pagamentos internacionais quando possível

Se você já sabe onde vai se hospedar, alugar carro ou fazer passeios, antecipar os pagamentos em reais ou com câmbio fixado pode gerar economia e previsibilidade no orçamento.


6. Recalcule seu orçamento de viagem

Com o novo IOF, é fundamental revisar seu planejamento. Avalie como distribuir seus recursos entre as diferentes formas de pagamento e priorize aquelas que oferecem menor custo efetivo total.

Conclusão: o que fazer agora?


Mesmo com o novo IOF em vigor, ainda é possível minimizar o impacto:


  • Escolha bem o tipo de cartão.
  • Compare spreads e taxas.
  • Forme câmbio médio.
  • Antecipe pagamento de despesas.


Em uma viagem com R$ 10 mil de gastos, a escolha de um cartão com cashback pode representar uma economia de até R$ 350. Para uma família ou uma viagem longa, esse número pode ultrapassar os R$ 1.000.

Com organização e boas escolhas, você pode viajar com mais tranquilidade — e sem sustos no orçamento.