
Veja um passo a passo para sair de endividado a investidor
Publicado no Portal R7 - O QUE É QUE EU FAÇO SOPHIA
Chega o fim do mês e a situação se repete, sobram dias e falta salário? Para 61 milhões de pessoas no país, as contas não fecham, elas estão na lista de inadimplentes.
Inadimplência é a falta de pagamento de uma dívida ou obrigação.
Ou seja, você pode estar endividado mas não ter nenhum problema com isso, estar pagando as contas e estar tudo bem com suas finanças.
O problema é quando essas mesmas contas saem do controle e a pessoa não consegue mais pagar algumas delas (ou todas), como no caso dos superendividados.
Mas é possível se planejar para sair dessa situação, garantem o planejador financeiro Carlos Castro, da consultoria SuperRico, e Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira e autor do recém-lançado "Nome Sujo pode ser a Solução".
Veja, a seguir, os passos para abandonar o círculo vicioso de endividamento e passar a poupador.
1 PARE DE CONTRAIR MAIS DÍVIDAS
O primeiro passo para sair do endividamento é parar de contrair mais dívidas. Como fazer isso?
Faça um levantamento das receitas e despesas para identificar como está a situação do uso do dinheiro, quanto está entrando e quanto está saindo para ver onde está o problema, afirma Carlos Castro.
"Quanto as contas geram um descontrole financeiro,é chegada a hora de parar tudo e viver somente com o básico, por um período sempre combinado com os familiares", afirma Domingos, em seu livro.
A partir daí, fica mais fácil saber onde será preciso reduzir os gastos.
2 FAÇA LEVANTAMENTO DAS DÍVIDAS
Faça um levantamento de todas as suas dívidas, lembrando que quanto mais fácil foi pegar o dinheiro, mais altos serão os juros cobrados.
Veja a lista do mais caro para o mais barato:
- Cartão de crédito e cheque especial são os créditos mais caros: em torno de 300% ao ano
- Crédito direto ao consumidor: em torno de 40% ao ano
- Crédito consignado: juros médios de 25% ao ano
- Crédito para financiamento de automóvel: 12% a 15% ao ano
- Crédito para financiamento de imóvel: cerca de 9% ao ano
- Crédito com parentes: às vezes nem cobram juros
Segundo Reinaldo Domingos, para fazer um bom diagnóstico dessas dívidas é preciso considerar o valor original, os juros embutidos nelas, as taxas de juros negociadas, o que já foi pago e o que ainda resta para ser quitado.
Separe ainda as dívidas que não estão vencidas, cujo pagamento ainda tem controle, das dívidas vencidas e não pagas. Por último, veja se alguma dessas dívidas já te levou para a lista dos inadimplentes.
3 RENEGOCIE AS DÍVIDAS
Estabeleça estratégias para renegociar essas dívidas, lembrando que a queda da taxa de juros básica da economia não reflete imediatamente na queda da taxa de juros cobrada nas dívidas. Castro sugere algumas estratégias:
Os Procons possuem um programa de proteção ao chamado superendividado, que ajuda a renegociar dívidas.
Os birôs de crédito também costumam fazer o Feirão Limpa Nome, com oportunidades de abatimento nas taxas de juros.
Ainda desconhecida do grande público, existe também a possibilidade de fazer uma portabilidade da dívida.
"O credor está interessado em receber o pagamento, então é importante tentar renegociar", diz Castro.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Com as dívidas renegociadas e sob controle, chegou o momento de tomar medidas preventivas para não voltar à inadimplência.
O planejador Carlos Castro sugere este roteiro:
- Faça o orçamento doméstico
- Poupe no mínimo 10% da renda
- Faça uma reserva de emergência
- Mantenha o endividamento em no máximo 30% da renda
- Crie múltiplas fontes de renda
Entenda melhor cada uma delas:
4 FAÇA O ORÇAMENTO DOMÉSTICO