Educação financeira é para todos

A educação financeira é um tema que tem tomado bastante espaço nos meios de comunicação.


 


 


Quando levantamos a bandeira da democratização da educação financeira, sempre nos perguntamos: "como levar educação financeira e transformar a vida das pessoas que tem mais vulnerabilidade quando o assunto é renda, principalmente para aqueles cujo o salário é comprometido praticamente com alimentação e moradia?"


 


 


Essa pergunta é extremamente relevante. E contornar essa realidade não é nem simples e nem rápido. Mas, como tudo na vida, precisamos dar o primeiro passo, mesmo que meio em falso, assim é possível sair do lugar comum.


 


 


Imagine uma família que, com todas as suas limitações, conseguiu educar seus filhos, conseguiu estimulá-los a fazer um curso superior, mostrou a importância de zelar pelo dinheiro, de se organizar e de priorizar aquelas coisas que de fato fariam diferença em suas vidas e os levariam para um lugar melhor. É óbvio que, para isso, essa família não pôde poupar esforços e nem dinheiro.


 


 


Essa família, que reflete a família brasileira, com uma renda média mensal de R$ 2.398 por pessoa de acordo com o IBGE, embora conviva com uma difícil realidade, ao se organizar e aos poucos ensinar aos filhos o que deve ser prioridade, ao possibilitar que eles pudessem estudar, pôde proporcionar um futuro diferente para eles. Mas não sem sacrificar sua própria aposentadoria. Com a escassez de dinheiro, foi necessário escolher para onde o pouco recurso seria destinado e hoje eles não podem contar com uma aposentadoria além da pública. Felizmente essas ações trouxeram bons resultados e, com todos os filhos trilhando uma carreira e com uma situação econômica melhor, eles podem proporcionar uma vida mais tranquila aos pais, provendo ao menos o necessário para que eles não precisem trabalhar para complementar a renda. Além disso, essa geração já entende que precisam se preparar para este momento em suas próprias vidas.


 


 


Você consegue perceber como a educação financeira aqui não foi linear, aquela de poupar e investir? Até mesmo porque, de acordo com a pesquisa "Raio X do investidor" realizada pela Anbima e que está em sua terceira edição, apenas as famílias com renda média mensal de R$ 5.600 conseguem investir dinheiro. Nesse cenário, o investimento inicial de seus pais não foi financeiro, e sim o de ensinar seus filhos a estudar, a se preparar para um mercado de trabalho competitivo. Foi de prepará-los para buscar melhor colocação profissional, ainda que eles tenham feito isso de uma maneira muito sútil e quase intuitiva.


 


 


Essa próxima geração, tendo recebido tanto cuidado e educação de seus pais, agora vai construir um patrimônio mais robusto em relação. E vai poder oferecer novas possibilidades para os seus filhos. Isso vai permitir que uma corrente do bem se alimente continuamente, fortalecendo-se a cada geração.


 


 


O papel da educação financeira, no contexto daquela pergunta inicial, fica mais claro nesse cenário, não? Fica evidente que é mais profundo que poupar e investir. Investimentos são ações resultantes do emprego da educação financeira, não sendo necessariamente seu sinônimo.


 


 


Se, como bandeirantes da democratização da educação financeira, nos provamos capazes de oferecer informação relevante e transformadora para que cenários como este sejam cada vez mais frequentes, não há dúvida nenhuma de que situações semelhantes a essa vão se espalhar com alto potencial de engajamento.


 


 


A educação financeira, como a idealizamos, não será alcançada no curto prazo. São as pequenas ações que fazemos hoje, amanhã e continuamos fazendo, para os nossos clientes, para a nossa família e para a sociedade, que vão refletir lá no futuro. E poderão mudar não só as famílias que são mais vulneráveis assim como a nossa sociedade em sua totalidade.


 


 


A educação financeira não começa em um orçamento familiar organizado ou em uma carteira de investimentos eficiente. A educação financeira começa quando entendemos que o desenvolvimento social e profissional das famílias é o que vai formar a fundação de uma vida próspera.


 

Deixe um comentário

Newsletter