Inflação: o que você tem a ver com isso?

Nos últimos meses, quase semanalmente, todos os noticiários tem mostrado repetidamente a aceleração do aumento da Inflação. Este é um parâmetro importante para a economia de um país, pois reflete uma série de comportamentos que impactam fortemente o direcionamento das políticas públicas. Essa explicação até parece nos distanciar desse número, mas a minha intenção é oposta: te convido neste artigo a se aproximar desta informação e entender, afinal, o que você tem a ver com isso.


 


A inflação, como você já sabe, é uma medida econômica usada para que possamos entender como o aumento de preços de produtos de consumo das famílias ocorre. Na prática, é o aumento da conta do supermercado!


 


Mas para que você possa entender essa relação, precisaremos ir um pouco além da inflação e falar de uma parceira dela, a taxa de juros, também conhecida por Taxa Selic.


 


A Taxa Selic é uma espécie de moduladora da inflação. Quando a inflação, que é o custo do consumo, o valor do dinheiro, sobe além da meta determinada pelo Banco Central, a taxa Selic responde com uma alta também. Isso acontece porque a taxa Selic representa, em última instância, o custo do dinheiro. Sendo assim, se o dinheiro fica mais caro, a população tende a ter menos acesso a ele, o que se traduz em desaceleração do consumo, esperando com isso a diminuição da inflação, ou pelo menos a retenção do ritmo de aumento.


 


Sabe o que você tem a ver com isso na prática? Quando os noticiários trazem a informação de alta de inflação, instantaneamente o seu pensamento se transporta para as últimas compras do mercado que foram mais caras; para as contas do último mês que pareceram subir além do que você esperava; para a conta do restaurante, que ficou um pouco mais apimentada; para o preço do combustível, que aumenta a cada visita ao posto de gasolina.


 


Atualmente, com a crise econômica agravada pela crise sanitária, a ferramenta que o país possui para controlar esse aumento de preços é a elevação da Taxa Selic. O Banco Central decidiu na última semana pela elevação da Taxa Selic para 5,25%. Quando me refiro à taxa básica de juros como o custo do dinheiro, estou dizendo que o crédito ficou mais caro. Taxas de juros para empréstimos e financiamentos ficaram mais altas, com isso a oferta de dinheiro começa a diminuir, já que o custo dessa transação começa a ficar mais alto e consequentemente nem todas as pessoas e empresas estão dispostas ou possuem capacidade de pagamento para aceitar um crédito mais caro.


 


A consequência disso, com menor oferta de dinheiro na economia, alguns destes itens sofrem redução de consumo, já que existe menos dinheiro disponível. Na sua vida, isso significa dizer que você irá priorizar o consumo de necessidades básicas e essenciais e postergar o consumo de outros itens, até mesmo escolher entre alimentos mais baratos. Vai pensar melhor antes de parcelar uma compra, antes de financiar um bem, ou de fazer um empréstimo.


 


Veja que esse mecanismo de controle da inflação utilizado pelo Banco Central para manter a saúde da economia, apesar da crise, afeta a sua vida de forma integral. Os preços dos itens que você consome, sejam eles de necessidade básica ou não, têm subido rapidamente. As taxas para dívidas têm sido impactadas como o aumento das taxas de financiamento imobiliário. O resultado disso é que você precisa ser muito cauteloso ao tomar um crédito e criativo no consumo do dia-a-dia para manter a sua saúde financeira.


 


Embora toda essa informação pareça muito distante da sua realidade, saiba que inflação e taxa de juros, a dupla mais famosa da política econômica, causam muito impacto nas suas decisões, mesmo que você não veja isso de forma clara. A inflação, por exemplo, é uma medida muito importante para que você possa ajustar, de tempos em tempos, suas metas de acumulação de patrimônio para a realização de projetos de vida. Depois deste nosso bate-papo você não vai mais deixar de dar ouvidos a essas análises, vai?


 

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