Vamos conhecer mais sobre renda fixa?

Por que chamamos os investimentos de ativos e por que os organizamos em classes?


 


O seu patrimônio é formado por ativos e por passivos. De forma simplificada, os ativos de uma pessoa física são todos os bens que ela possui, como imóveis e automóveis. O dinheiro que uma pessoa possui em sua conta bancária ou em seus investimentos também é um ativo, porém este é um ativo financeiro, diferente dos imóveis e automóveis.


 


Ativos são a materialização do nosso esforço em construir riqueza. São aqueles bens que demonstram o que uma pessoa foi conquistando ao longo dos anos de dedicação ao trabalho e a gerar renda. Para que você possa obter renda no futuro, sem que precise necessariamente empregar sua força de trabalho, é importante que você acumule uma parte dos seus ativos em uma carteira de investimentos. O objetivo é preservar o poder de compra deste dinheiro além de proporcionar algum crescimento através dos rendimentos.


 


Para que possamos organizar esses ativos financeiros, os separamos por classes. Isto é necessário para que a formação de uma carteira de investimentos seja aderente ao perfil do investidor, aos seus objetivos e também ao prazo para usar os ativos financeiros.


 


Existem duas grandes áreas para, inicialmente, separar esses ativos. A renda fixa e a renda variável. A renda fixa está ancorada em um sistema de empréstimo, no qual as condições que são acordadas entre o investidor e tomador são fixadas em uma espécie de contrato.


 


Quer um exemplo? Certamente você já ouviu falar em CDB 110% do CDI com vencimento em dois anos. Sabe o que isso significa? Quando você opta por investir neste ativo, você está acordando com o banco que oferece esse produto que, ao investir o seu dinheiro neste CDB você receberá como retorno 110% do indexador CDI daqui a 2 anos. Você aceitou essa condição e o banco se comprometeu a cumprir este acordo.


 


A renda fixa funciona sob estes termos, um contrato com condições de retorno e prazo fixos, que são previamente acordados. Esse investimento pode ser de três tipos: no Sistema Financeiro Nacional através de bancos, em empresas ou então no Governo Federal, pelo Tesouro Nacional.


 


Neste artigo vamos falar sobre o investimento em renda fixa no Sistema Financeiro e em empresas.


 


Os investimentos mais frequentes nessa modalidade são a Poupança, CDB, LCI, LCA e Debêntures. Vamos explicar cada um deles.


 


- Poupança: a poupança não é necessariamente um produto de investimento, e sim uma conta remunerada. Ela tem um rendimento que funciona ligeiramente diferente dos outros investimentos em renda fixa, mas que causa um impacto importante no longo prazo. Enquanto nos outros investimentos a ação dos juros compostos acontece diariamente, na poupança essa ação acontece uma vez por mês. Isso retarda o processo de crescimento do seu dinheiro. Outra característica da poupança é que o seu rendimento está associado à taxa Selic, a taxa básica de juros do nosso país.


 


Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano a poupança rende 0,5% ao mês, algo em torno de 6% ao ano. Mas quando a Selic está abaixo de 8,5% aa a poupança rende apenas 70% desta taxa. Se a Selic for 3% aa, o rendimento da poupança será de 2,1% ao ano.


 


- CBD: os Certificados de Depósito Bancário são títulos de renda fixa que o investidor compra de um banco, ou seja, ele empresta dinheiro para o banco. A contrapartida, os juros, deste empréstimo podem ser prefixados ou pós-fixados.


 


Em um CDB prefixado o investidor faz o seguinte acordo com o banco: "eu te empresto o meu dinheiro e você (banco) me paga, por exemplo, 5% ao ano por este empréstimo". Este acordo não mudará com oscilações no cenário econômico, seja qual for este cenário. Assim, no momento do resgate, o investidor receberá o dinheiro investido acrescido de 5%. Agora em um CDB pós-fixado o acordo é um pouco diferente, mais ou menos assim: "eu empresto o meu dinheiro para o banco e o banco me paga, por exemplo, 110% do CDI ao ano por este empréstimo".


 


O CDI, que significa Certificado de Depósito Interbancário, é uma taxa praticada nos empréstimos que acontecem entre os bancos, essa é uma taxa muito importante na Renda Fixa, pois ela serve de parâmetro para os rendimentos dos investimentos. Então, sempre que falamos de renda fixa, o CDI estará presente de alguma forma. Dizer que determinado CDB rende 110% do CDI é dizer que ele vai render 10% acima do CDI. Por isso o nome pós-fixado, a taxa Selic varia de acordo com a política econômica, e se o rendimento deste CDB vai variar de acordo com o CDI, ele sofrerá alterações.


 


Além de saber se o CDB é pré ou pós-fixado, outro aspecto também é importante: a sua liquidez! Quando investimos em um CDB que tem uma data definida para o resgate, por exemplo, 20/05/2023, concordamos com o banco que o compromisso de devolução do investimento é nesta data. Mas também existe a possibilidade de investir em CDB's que possuem liquidez diária, isso quer dizer que você pode resgatar o seu dinheiro a qualquer tempo. Na poupança funciona assim, a liquidez dela é diária.


 


- LCI e LCA: Uma LCI significa Letra de Crédito Imobiliário e uma LCA, Letra de Crédito do Agronegócio. Estes dois investimentos funcionam exatamente como um CDB, mas possuem algumas particularidades. Ao investir em um CDB, você empresta o seu dinheiro para o banco para que ele use em seus negócios de forma ampla. Porém, quando você investe em uma LCI, o banco assume a obrigatoriedade de destinar esse recurso para o setor imobiliário, para crédito de financiamentos, por exemplo. E em uma LCA, a obrigatoriedade é com o setor de agronegócios. É por conta destas particularidades que LCI's e LCA's possuem, ao contrário dos CDB's, isenção de imposto de renda.


 


- Debêntures: as debêntures também possuem o mesmo mecanismo já discutido antes, mas esses títulos são emitidos por empresas que não são bancos. Nesses casos, os recursos são utilizados para que a empresa possa investir em seus negócios através deste empréstimo.


 


Para finalizar essa discussão sobre renda fixa é importante que você saiba que o risco mais relevante a que o investidor está exposto na renda fixa é o risco de crédito, o risco de ele não receber seu dinheiro de volta. Porém, existem meios de analisar a probabilidade deste risco se tornar um fato. Contudo é importante ressaltar que em nosso sistema financeiro há uma espécie de seguro para este risco. É o Fundo Garantidor de Crédito.


 


O Fundo Garantidor de Crédito funciona como um seguro, caso a instituição financeira sofra uma insolvência (não tenha dinheiro em caixa para cumprir suas obrigações financeiras). O FGC tem cobertura máxima de R$1MM por CPF, sendo limitado a R$250.000 numa mesma instituição bancária. Mas o FGC cobre apenas investimentos em renda fixa feitos em bancos. Para títulos como Debêntures, por exemplo, não existe a cobertura do Fundo.

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