Você sabe o que é o risco de longevidade?

Você sabe o que é o risco de longevidade? Talvez não, mas tenha certeza que é um risco que todos nós estamos correndo, neste momento e principalmente no futuro.


 


Pode-se dizer que o risco de longevidade surge a partir de um dado bom: Nós estamos vivendo mais tempo. Para se ter uma ideia, segundo o IBGE, quem nasceu em 1950 tinha uma expectativa de viver até os 48 anos. Já para quem nasceu em 2020, a expectativa é de viver até os 76 anos. Hoje é muito comum termos pessoas com 80, 90, 100 anos, e isso vai se tornar mais comum ainda.


 


Mas o que esse dado tem a ver com o tal do risco de longevidade? Se estamos vivendo mais, teremos um tempo muito maior de vida pós fase produtiva, ou seja, viveremos mais tempo “aposentados”.


 


Até alguns anos atrás, era comum que as pessoas se aposentassem pelo INSS, por volta dos 55 ou 60 anos, e geralmente viviam até os 65, 70 anos. Ou seja, tinham uma vida de aposentado em torno de 10 ou 15 anos.


 


Hoje a idade média de aposentadoria gira em torno de 60 ou 65 anos, porém, como dito anteriormente, vive-se mais. Assim, espera-se, no mínimo, 15 anos do período de aposentadoria, podendo chegar a até 40 anos.


 


Além da expectativa de vivermos mais após a aposentadoria, viver do benefício da previdência do INSS ficará cada vez mais difícil. Isso por dois motivos:


 


O primeiro é que o sistema previdenciário não se sustenta se a idade mínima não for aumentada de tempos em tempos, como vem acontecendo no mundo inteiro. Hoje, no Brasil, a idade mínima de aposentadoria é de 62 anos para mulheres e 65 para homens e, tenha certeza, esses critérios vão mudar.


 


O segundo é que, mesmo recebendo o benefício do INSS, esse valor vai perdendo valor de compra durante os anos. Vou dar um exemplo real: meu pai se aposentou em 2003 recebendo em torno de três salários-mínimos. No entanto, como o benefício não é ajustado à inflação, na prática ele recebe, pelo valor atual, menos de dois salários-mínimos.


 


Em suma, a consequência de todo este cenário é que nós precisaremos acumular mais valores durante a fase produtiva para podermos suportar a nossa fase de aposentadoria.


 


E qual é a “fórmula mágica” para conseguir acumular este patrimônio durante a nossa fase produtiva? Eu diria que não existe uma fórmula mágica, mas sim um conjunto de ações muito simples, que farão com que eu e você consigamos atingir esse objetivo.


 


A primeira ação é usar o tempo a seu favor. Ou seja, quanto mais cedo você começar a poupar, menor será o sacrifício mensal que terá que fazer.


 


“Os juros compostos são a oitava maravilha do mundo”, essa frase de um autor desconhecido denota que este mecanismo auxiliará muito nesse objetivo de ter tranquilidade na sua velhice. Portanto, esta é a segunda ação que você deve tomar: use os juros compostos a seu favor.


 


A terceira ação – a que considero a mais importante – é ter disciplina para poupar. Sem ela, não haverá tempo e juros compostos suficientes para lhe ajudar.


 


Viver uma vida simples, tendo um padrão de consumo sempre inferior às suas receitas, é a última das ações imprescindíveis para que você (e eu) fuja(mos) do risco de longevidade.


 


Vejam que estas ações são relativamente simples. Mas por que não as colocamos em prática, principalmente nós, brasileiros?


 


O primeiro motivo é que, no passado, vivemos muitos anos com uma inflação galopante. Esse fator restringia muito o planejamento de longo prazo, pois o dinheiro “virava fumaça” rapidamente. Era realmente difícil pensar além do mês seguinte.


 


O segundo motivo é que o consumismo tomou conta da nossa sociedade. Somos bombardeados diariamente com “necessidades” urgentes de consumo. Queremos ter o prazer nesse exato momento, não podemos aguardar o próximo mês ou ano, quiçá a próxima década.


 


Por fim, falta-nos educação financeira deste o ensino fundamental até o ensino superior. Nas faculdades e escolas aprendemos de tudo, menos saber lidar com o dinheiro. O dinheiro permanece sendo um tabu em nossa sociedade.


 


O que tenho a dizer para você é que todos nós estamos correndo o risco de longevidade e sugiro que não espere o governo ou outra pessoa resolver essa questão por você. Assuma você a responsabilidade por gerir as suas finanças para sua aposentadoria. Mesmo que conte com a ajuda de um terceiro, as ações e decisões devem ser tomadas por você! E não demore muito.

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