Como funciona o investimento em empresas por meio de plataformas digitais?

Quando fazemos um investimento significa que estamos financiando algo, que pode ser o Estado, por meio de títulos públicos, ou empresas. E quando investimos em empresas, podemos fazer empréstimos à empresa ou ser sócio dela. No mercado de investimentos convencionais, a dívida se traduz em uma debênture e ser sócio da empresa significa comprar uma ação.


 


Com isso, torna-se possível investir em vários tipos de empresa, não somente àquelas listadas na Bolsa de Valores. Do mercado da esquina à startup promissora, passaram existir diferentes formas de contribuir com o financiamento da economia real. E quem faz a intermediação desse tipo de operação podem ser as plataformas digitais.


 


No caso de empréstimos, o investimento é realizado por meio de plataformas de empréstimos entre pessoas, mas podem ter outros tipos de arranjo. São regulamentados pela Resolução nº4.656, de 26 de abril de 2018, do Banco Central. O mais comum é que a plataforma faça uma análise de risco do empréstimo e calcule os juros a ser pago; e os investidores arquem com os riscos da operação. Quanto maior o risco, maior os juros, que é o retorno do investimento.


 


Sempre que uma empresa precisa de um empréstimo, a plataforma disponibiliza a oportunidade de investimento em uma espécie de vitrine, na qual os possíveis investidores aportam algum recurso. Quando a empresa consegue todo o dinheiro que precisa, a rodada é finalizada e começa a contar o tempo de carência e devolução do empréstimo com os juros, conforme definido previamente. São exemplos desse tipo de plataforma: https://www.nexoos.com.br/; https://tutudigital.com.br/; https://www.kavodlending.com/; https://www.iouu.com.br/; https://www.firgun.com.br/. Essa última é especializada em investimentos em pequenas empresas e microempreendedores individuais.


 


Algumas instituições de promoção de investimentos de impacto utilizam dessas plataformas para viabilizar o direcionamento de recursos a negócios de impacto, que são aqueles que buscam contribuir para a solução de algum problema social ou ambiental. Com esse intuito, desenvolvem fundos à parte com o objetivo de cobrir alguma possível inadimplência ou atraso no pagamento por parte do tomador de crédito, evitando passar o risco para o investidor. São exemplos de instituições desse tipo a https://treinvestimentos.com.br/; https://moedaseeds.com/ e https://sitawi.caprate.com.br/.


 


Caso a empresa não tenha o crescimento esperado, o valor investido pode ser transformado em uma dívida, na qual a empresa se compromete a pagar em um determinado tempo. Caso a empresa não cresça o esperado para dar o retorno ao investidor, ele ao menos, recebe o valor investido com um retorno predefinido.


 


A apresentação das empresas em uma plataforma de Equity Crowdfunding é muito semelhante à de uma plataforma de empréstimo. Contudo, nesse caso, não há uma classificação de risco, porque saber se uma empresa vai crescer é muito mais imprevisível do que se uma empresa vai ter condições de pagar o empréstimo. Por isso, quem investe nesse tipo de modalidade depende muito mais de um conhecimento sobre o funcionamento do mercado e de um feeling sobre o que pode ser promissor e, consequentemente, dar altos retornos. São exemplos desse tipo de plataforma: https://www.upangel.com.br/; http://equity.org.br/; https://eqseed.com/; https://platta.com.br/. Há também plataformas que oferecem os dois tipos de investimento, como a https://bloxs.com.br/.


 


Algo importante a se ter em mente é que cada tipo de investimento é mais adequado para perfis diferentes de empresa, e isso influencia a avaliação de quem quer fazer o investimento. No caso de empréstimo, o que deve ser observado é a capacidade da empresa de devolver o empréstimo, então é necessário olhar o faturamento e fluxo de caixa da empresa. Pode ser muito arriscado emprestar para empresas que estão muito no início, porque nesse estágio, podem não ter faturamento suficiente para pagar o empréstimo.


 


Já no caso de investimento em equity, o importante é avaliar se a empresa é escalável, ou seja, se tem potencial de crescimento usando os mesmos ou um pouco mais de recursos. Startups são os principais exemplos desse tipo de empresa, visto que a tecnologia viabiliza o crescimento mais rápido do negócio, sem precisar de muitos recursos adicionais. Como o retorno depende do crescimento da empresa, é importante considerar que esse é um investimento de mais longo prazo, visto que uma empresa não cresce de uma hora para outra.


 


Embora os investimentos em equity sejam naturalmente de mais longo prazo, nos dois casos, a liquidez do investimento é comprometida. Uma vez feito o investimento, é necessário esperar até o momento da devolução do empréstimo ou de pagamento do valor atribuído à ação da empresa. Assim, só é possível investir aquilo que não será usado no futuro próximo.


 


São investimentos com potencial de grande retorno, mas que também podem ter risco muito alto. Muitas vezes a melhor forma de diminuir o risco dessas operações é conhecer o funcionamento do mercado, ou até escolher um setor específico e acompanhar mais de perto. O velho conselho de diversificar os investimentos é ainda mais importante, porque como são investimentos direcionados à economia real, se uma empresa dá prejuízo e outra dá lucro, os ganhos compensam as perdas. De toda forma, o mais importante é lembrar que atender aos apelos de altos retornos sem saber o que está fazendo pode ser uma furada, visto que não há muito apoio na hora de diferenciar o que pode dar certo ou não.


 

Deixe um comentário

Newsletter