Como escolher uma Previdência Privada

A previdência social é um importante instrumento de seguro. Além da aposentadoria, ela também provê outros tipos de reposição de renda importantes para o trabalhador e também para a sua família. Isso significa que, apesar de todos os problemas que a previdência social enfrenta no modelo que o Brasil segue, ela é extremamente relevante para o trabalhador em qualquer configuração de contribuição. Como celetista, como profissional autônomo, como MEI. Até mesmo aqueles que passam por períodos de desemprego devem priorizar a contribuição para a previdência social.


 


Os trabalhadores enfrentarão barreiras maiores para se aposentar pelo INNS e, talvez, a mais latente seja a renda que essa aposentadoria irá proporcionar: ela tende a ser menor que a média de hoje, de R$2.200. Como você sabe, isso pode representar apenas uma fração daquilo que é o custo de vida de uma pessoa "aposentada".


 


A palavra aposentadoria é anacrônica e representa antes uma instituição, e não um momento de aproveitar a longevidade. Por isso gosto de falar em desaceleração, aquela fase da vida em que se atinge uma renda passiva que sustenta o padrão de consumo e dá a liberdade de escolha para trabalhar em atividades alternativas e de forma mais liberal, sem tantos compromissos corporativos.


 


O que é possível fazer então? A resposta é clara e objetiva: construir renda passiva na fase produtiva!


 


Uma das formas de construir renda passiva é através de uma previdência privada. Assim como na previdência pública, a previdência privada aceita contribuições mensais que podem ser definidas por você. Essa definição é dada por um planejamento de aposentadoria, considerando o custo de vida do futuro para a construção de um capital financeiro suficiente para cobrir este custo.


 


Para formar a sua renda passiva através da previdência privada, há algumas características que você deve considerar antes da escolha de um plano.


 


Escolha do Fundo: a previdência privada pode funcionar como um fundo de investimento, por isso é importante considerar o seu perfil de investidor para escolher entre os fundos de renda fixa, multimercado e até mesmo fundos de ações. Embora o seu mecanismo seja como o de um fundo de investimento, há uma importante particularidade nos fundos de previdência: não há incidência do imposto de renda no formato come-cotas, que nos fundos comuns de renda fixa e multimercado acabam penalizando o rendimento do patrimônio investido.


 


Tributação: ao escolher a tributação da previdência privada, atente-se para dois pontos importantes.


 



  1. PGBL ou VGBL


PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): ao optar por este tipo de previdência, você pode deduzir de sua base de renda para tributação de imposto o valor anual que contribuiu para o plano de previdência, até o limite de 12% da sua renda bruta tributável. Isso irá gerar eficiência fiscal, pois você deixará de tributar essa renda em pelo menos 27,5% para tributá-la no futuro em 10%. Mas atenção, é importante lembrar que esse produto sempre deve ser encarado como um investimento de longuíssimo prazo. Se você retirar esse investimentos antes de 10 anos poderá pagar até 35% de imposto de renda sobre todo o valor. Essa é mais uma característica do PGBL, ao retirar, no futuro, esse dinheiro, todo o montante será tributado.


 


VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Neste plano não é possível utilizar a contribuição como dedução no imposto de renda, porém o VGBL tem a característica de tributar apenas o rendimento do valor investido, e não o total. Mas a característica de longo prazo é a mesma, o imposto de renda também pode ser alto se o dinheiro for sacado antes do tempo.


 


Antes de decidir pelo PGBL ou pelo VGBL, faça as contas e verifique se a dedução das suas contribuições à previdência pode trazer eficiência fiscal.


 



  1. Tributação Regressiva ou tributação Progressiva?


Regime Regressivo: neste tipo de tributação o imposto de renda está atrelado ao tempo em que o seu dinheiro ficará investido, variando de 35%, nos dois primeiros anos, a 10% a partir do décimo ano. O imposto é cobrado apenas no momento do resgate, por isso a importância de se pensar em longo prazo para esta reserva.


 


Regime Progressivo: neste regime o imposto de renda é associado ao valor que é retirado do fundo e varia de acordo com a tabela progressiva vigente, podendo ser isento ou começando em 7,5% e indo até 27,5%. Além disso, se houver o recebimento de outras rendas tributáveis, é necessário fazer o ajuste anual na declaração de imposto de renda.


 


Estes são importantes pontos que devem ser analisados em um planejamento de aposentadoria. Escolher o tipo de plano e o regime de tributação requer um olhar mais abrangente do que apenas o tipo de declaração de imposto de renda que se faz.


 


Como usar meu dinheiro no futuro: essa talvez seja uma das mais importantes escolhas relacionadas à previdência privada. Após anos de acumulação, quando de fato for o momento de usar esse patrimônio para manter o padrão de vida, você deverá escolher entre resgatar todo o seu dinheiro ou solicitar que este capital seja utilizado para o pagamento de uma renda mensal, que pode ter característica vitalícia ou de tempo determinado, e pode ser ou não estendida ao cônjuge. Essa é uma escolha importante, e em um planejamento de aposentadoria que considere toda a abrangência inerente a ele. A previdência não será a sua única fonte compositora desse capital que trará a renda na fase menos produtiva. Isso se torna um fator muito relevante na escolha de transformar o capital em renda ou retirá-lo de forma integral.


 


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