Mercado ainda está tímido no uso da tecnologia, dizem especialistas

Indústria de capitais ainda vai evoluir de forma exponencial para resolver problemas das pessoas, segundo Peter Diamandis, da Singularity University, Keiji Sakai, da R3, e Petro Englert, da Startse


 


Por Júlia Lewgoy, Valor Investe


 


Apesar de várias instituições financeiras no Brasil já utilizarem inteligência artificial, blockchain e outros serviços em seus processos, o mercado financeiro no país está tímido na utilização de tecnologias e ainda vai evoluir de forma exponencial para resolver problemas das pessoas.


 


A avaliação é de três especialistas de peso na área: Peter Diamandis, presidente da Singularity University, da Califórnia, Keiji Sakai, chefe no Brasil do consórcio de blockchain R3, e Pedro Englert, presidente da plataforma Startse.


 


Nesta terça-feira (8), na abertura do Congresso Internacional Planejar 2020, eles defenderem que bons profissionais da área das finanças hoje são aqueles que só fazem planejamento financeiro sabendo que tudo pode mudar no dia seguinte e que é preciso aproveitar as oportunidades.


 


"Se eu pudesse recomeçar hoje, começaria com a cabeça de tentar mudar coisas e aproveitar oportunidades. Não sentar na cadeira de executivo esperando o bônus chegar", afirmou Sakai, do R3. Ele avalia que tecnologias como Pix e geolocalização não são mais novas e que não vai ser brilhante quem inventar tecnologias, e sim quem usar as que já existem para atingir objetivos que ainda não foram atingidos.


 


Segundo Sakai, o Brasil está bem posicionado em relação ao mundo e tem muitas startups lançando serviços criativos.


 


"Várias instituições financeiras já utilizam inteligência artificial em processos como análise de crédito, chatbox, mas ainda têm muito a evoluir", disse. Entre os temas do momento, de acordo com ele, estão a aplicação prática de blockchain e a substituição do papel moeda por uma moeda digital.


 


Trazendo a discussão para o uso da tecnologia no planejamento financeiro pessoal, Englert, da Startse, afirmou que a pergunta que deve ser feita pelos planejadores é "qual seria a melhor forma de oferecer serviços", e não "como melhorar os serviços oferecidos". "Ninguém tem certeza de qual é o melhor caminho, mas ficar parado não é o melhor caminho. Hoje, não fazer nada é arriscado", disse.


 


"Olhem longe e se desafiem mais. Não para o vizinho ou para o concorrente, mas para o mundo. Não podemos nos desafiar um pouquinho, temos que nos desafiar muito." Na visão de Englert, Nubank e outras empresas brasileiros se destacaram porque focaram em resolver uma dor do cliente e não se prenderem na forma convencional de oferecer serviços.


 


Diamandis, da da Singularity University, que é co-autor do livro best-seller "Abundância: O Futuro É Melhor do Que Você Pensa", afirmou que as pessoas não têm ideia do quão rápido o mundo está mudando e que a pandemia do novo coronavírus mostrou ao mundo o poder da exponencialidade.


 


Ele também disse que os maiores problemas do mundo hoje são as maiores oportunidades. "Você tem o poder de encontrar um problema e resolvê-lo. Cada um pode fazer a diferença usando a tecnologia para resolver problemas", disse. "Sempre digo aos CEOs: é importante que você seja aspirina, e não vitamina. É o que as pessoas precisam agora."


 


 


 


 

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