Vale a pena ou não fazer seguro de moto?

Publicado pela Auto Esporte -


Descubra os motivos que fazem o seguro de motocicleta ser tão caro e o que é necessário levar em consideração ao contratar esse tipo de serviço - por Michelle Ferreira


 


Uma história revoltante mexeu comigo recentemente. Um colega de trabalho foi agredido e levou mais de dez pontos na cabeça em um assalto. Clayton voltava de uma festa e foi abordado no semáforo. Um grupo tentou levar sua Yamaha Lander 250, de R$ 17.900. A moto havia sido comprada dois meses antes, nem estava no seguro. No calor do momento, Clayton tentou impedir o roubo.


A história do Clayton não é única, tampouco rara. Você pode estar se perguntando “por que não tinha seguro?”. Mas surpreenda-se com isso: só 3% dos donos de motos têm seguro no Brasil e existem muitas razões para isso. A principal delas: o preço.


Comparado aos carros, o risco de roubos e de acidentes com motos é muito maior. Para você ter uma ideia, num passado não muito distante, as seguradoras recusavam o cliente a qualquer sinal de perigo.


Os preços eram proibitivos. Como não é toda seguradora que faz seguro de moto, a concorrência é menor, o que também faz com que os preços sejam mais altos. Mas isso tende a mudar nos próximos anos, já que várias seguradoras perceberam o potencial de crescimento desse segmento.


E não importa se você tem uma moto cara ou barata. De acordo com as seguradoras, as de baixa cilindrada são estatisticamente usadas por um perfil de motorista agressivo, que tende a pilotar de forma imprudente e, por isso, está mais suscetível a acidentes. Claro, há exceções. Mas as empresas analisam números e estudam probabilidades. As de alta cilindrada, apesar de terem um valor de seguro proporcionalmente mais baixo, também custam mais, pois a manutenção é cara e elas são mais visadas.


Outro motivo para os valores salgados: fraudes. Algumas pessoas aplicam golpes para ter indenizações em benefício próprio. O prejuízo com o crime de estelionato previsto em Código Penal acaba sendo repassado aos outros clientes.


Enfim, vale a pena fazer o seguro ou não?


Carlos Castro, planejador financeiro da Planejar, listou o que é importante colocar na balança. Para ele, sempre vale a pena ter seguro, mas a pesquisa tem que começar antes mesmo de adquirir o bem.


Ele defende que a moto pode ser um veículo barato, mas a balança pende para o “caro” quando outros custos entram na conta mensal. “Fazer seguro é transferir o risco para a seguradora. É transferir o risco para alguém que sabe lidar melhor com ele do que você”, diz Castro.


“Quanto mais uso você faz da moto, mais vantajoso é ter”, defende Joelson Sampaio, coordenador do curso de economia da FGV. “Se o seu seguro é alto é porque tem algum motivo para isso: o local onde você vive, o uso frequente. Se você estiver numa situação mais exposta, é aí que vale a pena mesmo”.


Para deixar o seguro mais barato, segundo Carlos Castro, a dica é procurar por uma seguradora que venda tipos diferentes de pacotes, com coberturas reduzidas, e contratar só o que é relevante. Deixe de lado alguns luxos, como coberturas para roupa e capacete e serviço de guincho.


Para Joelson Sampaio, vale a pena uma pesquisa. “Tem que cotar em várias seguradoras, pesquisar bastante e ir atrás de outras opções. Cotar com vários corretores e várias seguradoras. Nunca feche com o primeiro. As pessoas acham que o preço é igual, mas vale a pena pesquisar entre corretores também, da mesma seguradora”.


 

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